[editar] Distinção entre espingardas e outras armas longas
A classificação das armas longas portáteis é algo confusa, varia conforme o país e, mesmo dentro do mesmo país, conforme o tipo de utilização.Assim, em Portugal, popularmente é utilizado o termo espingarda como designação genérica de todas as armas longas. No entanto, atualmente, legalmente apenas são classificadas como "espingardas" as armas longas de cano de alma lisa, sendo as de alma raiada classificadas como "carabinas". Assim, as outras designações populares de armas longas, tais como "caçadeira", "shotgun" e "dose", não têm significado formal, devendo estas armas ser classificadas todas como "espingarda", por terem os canos de alma lisa.
O Exército Português, no entanto, costuma fazer uma divisão entre "espingardas" e "carabinas", não pelo raiamento do cano, mas sim pelo tamanho da arma. Assim, tradicionalmente são consideradas "espingardas" as armas longas normais de infantaria e "carabinas" versões especiais mais curtas. Como exemplo, a actual arma padrão da infantaria portuguesa, a Heckler & Koch G3, apesar de ser raiada, é classificada como "espingarda automática" e não como "carabina automática".
Já no Brasil, classificam-se como "espingardas" as armas longas de alma lisa, sendo as de alma raiada, classificadas como "rifles" ou "fuzis". Aqui, as "carabinas" e os "fuzis de assalto" são consideradas simples subvariantes dos "fuzis".
Em outros países, sobretudo os de língua latina, utiliza-se o termo "fuzil" para designação genérica de todas as armas longas.
[editar] Desenvolvimento da espingarda
[editar] Espingarda de pederneira
A espingarda de pederneira, ou fuzil era uma arma longa cujo mecanismo de disparo era o fecho de pedreneira. Este consistia num cão (peça em formato de martelo com um fragmento de silex ou pederneira no seu extremo) que, depois de ser accionado pelo gatilho, percutia uma peça móvel de aço (o "fuzil"), provocando uma faísca que incendiava a pólvora colocada num orifício que comunicava com o interior da câmara, produzindo a deflagração que fazia impulsionar a bala no interior do cano da arma. O "fuzil" de aço, peça característica deste tipo de espingardas, acabou por baptizar as próprias armas, bem como deu origem à denominação dos soldados armados com elas, os fuzileiros.Outra característica que distinguia a espingarda de pederneira do antigo mosquete, era a sua capacidade para lhe ser fixada uma baioneta, permitindo-lhe transformar-se numa arma de luta corpo a corpo. As novas formações de infantaria, introduzidas no final do século XVII, podiam assim ser constituídas por um único tipo de tropas, os fuzileiros, que substituíram tanto os antigos mosqueteiros (apenas empregues no combate à distância) como os piqueiros (apenas empregues para combate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário